
Um dia riram dela, pois acreditara numa bobice quando ainda eram permitidos salgadinhos Elma Chips na escola. Ela leu na embalagem, durante um recreio qualquer: “impossível comer um só”. Ficara assustada. Claro que ela nunca comeria um só, mas ficou intrigada. Uma tentação. Comentou sua curiosidade com o colega que também estava a comê-los e combinaram: no outro dia eles experimentariam.
Ela pensava que Deus a castigaria, pois aquela frase na embalagem era muito semelhante àquelas 10 frases que decorara para a aula de cataquese: não matar, não roubar, não cobiçar a mulher do próximo, (....), e não comer um só.
Nada lhe acontecera até então, mas passou o dia com borboletas no estômago. Temia que se formasse uma tempestade, que ela correria e os trovões a perseguiriam até a atingirem. Mas ela sobreviveu. Seu colega, que junto com ela tal experiência inventara, depois do episódio, para todos a loucura espalhara. Ele a traíra. Ela chorou de vergonha. Jurou que jamais leria embalagens. E que jamais acreditaria nas próprias besteiras.
Deise
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