segunda-feira, 26 de outubro de 2009

pensando histórias...

Tudo tem história, História, estória. Somente a escolha desse "termo" já possui uma história.
Quando descobri que tudo possui uma história e que as aulas de História da escola eram uma história bem mentirosa, fui me tornando cada diz mais chata. Além do normal.
...
Ano passado realizei um fichamento (na época, para a Pesquisa em que estava trabalhando) de um livro chamado "A história das coisas", de um português que não recordo o nome. Gostei tanto que acabei fazendo cópia. Nele, havia a história de quase todas as coisas possíveis. Me concentrei nos objetos relacionados à infância e à "feminilidade". E porque se fica chata quando se descobre a história das coisas? Porque nada é tão óbvio quanto imaginamos. Li sobre a história do batom, do pente, da escova, do brinco... histórias milenares, diferentes necessidades, diversas utilidades sociais e culturais. Depois dessa leitura, passei mais de 10 minutos analisando minha caixa de maquiagens, fascinada: quanta história presente só no banheiro de uma mulher! Me lembrei de tudo isso quando estava no Museu do Louvre e passeávamos pela ala egípcia: muitas bijuterias e penduricalhos femininos. Registrei tudo, porque senti que aquilo também era um pouco da história do meu banheiro. Toda vez que passo nessas lojinhas de acessórios femininos (bolsas, panos, brincos, etc.) me recordo daquele momento.

Estou a alguns dias pensando sobre a história de tudo. Nada do que escrevi é óbvio, mas tudo isso foi surgindo em minha mente depois que alguém me disse que tenho cara de Deise. Essa frase tem martelado em minha mente desde então. Talvez porque sempre adorei contar a todos a história do meu nome. Ou porque é inusitado se ter cara de algo. Ter cara de um nome.
Como será que "carrego" as marcas de "ser Deise"? A escolha do nome de cada um de nós é uma história. Uma longa história que fica registrada em toda nossa vida. Minha mãe e minhas irmãs, antes de meu nascimento, estavam mobilizadas no sentido de encontrar um nome. Isso me revela hoje como fui recebida nesse mundo: havia expectativa? qual a importância da irmã caçula nesse lugar? já sabiam que seria mais uma menina? escolheram um nome de menino também? É no ato de escolher o nome que iniciamos a escrita da história de alguém (e ao sermos nomeados, já somos determinados). Antes do nome, ainda somos parte do pai e da mãe. Foi a partir de ser Deise que iniciei minha história.
Me chamo Deise porque no ano de 1987, ano em que nasci, a miss gaúcha Deise Nunes entregou a faixa de miss Brasil que recebera no ano anterior. Antes desse episódio, minha mãe desejava que eu me chamasse Elisabetha, em homenagem a uma de suas avós. Sorte minha!
Somos carregados de histórias. Nossa História é um monte de historinhas. Carregamos conosco a história do nome, a história da família, a história do continente, do mundo, dos egípcios, dos astecas, de gregos e romanos. Somos marcados pelas histórias mal acabadas, pela história de um amor, pela história escolar, pela história de nossa geração, pela história de amigos. História da música, da literatura, do cinema. Das guerras e dos preconceitos. Cada um é uma história própria, que vive dentro de outras histórias e convive com outras. Somos a mistura, o conflito e a harmonia de tudo isso.

Deise

2 comentários:

  1. Muito interessante a tua curiosidade sobre a história das coisas, dos objetos e principalemnet do teu nome... afinal eu tive o privilégio de ajudar na escolha deste nome que tem algo com a história do Brasil!!!

    Tina Gbriele

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  2. hehehe, belo nome!
    Nome de miss! Quase consegui, haha.

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