sábado, 23 de outubro de 2010

O que é isso, companheiro? - por Juremir Machado

Acordei com um ideia luzindo na minha cabeça.
Não tenho partido.
Posso até anular o meu voto.
Examinei as razões para votar na Dilma.
A mais sedutora que encontrei até agora é ela ter sido, segundo dizem, “guerrilheira” e “terrorista”.
Esse termos certamente são simplificadores e exagerados.
Mas, para efeito de reflexão, digamos que ela tenha sido isso aí, com esses nomes assustadores e cristalinos.
É positivo ou negativo?
Uma mulher ter participado da luta armada contra uma ditadura militar altamente repressora é digno de nota.
Homem também.
Eu botaria no CV e sairia me exibindo por aí.
Usaria no horário eleitoral.
Brigaria com os marqueteiros e exibiria meu passado na tevê. Teria orgulho e contaria para todo mundo.
Mulher que pega em armas contra milicos ditadores é mulher de faca na bota, de tirar o chapéu, mulheraço.
Ainda não decidi.
Mas pode ser um bom argumento para não anular o meu voto.
Gosto de gente de pegada, de atitude, que não foge de luta, que vai por pau.
Se for o caso, até pro pau-de-arara.
Mas não fica em casa enquanto o pau come.
Tenho mais alguns dais para pensar em quem votar.
Mas esse passado de “guerrilheira” da Dilma me seduz.
Eu queria ter sido guerrilheiro. Não dá mais.
Outro dia, vi o Gabeira dando apoio ao Serra.
Fiquei com uma pergunta muito original na cabeça:
O que é isso, companheiro?

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